ATA DA VIGÉSIMA NONA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 14-10-2003.

 


Aos quatorze dias do mês de outubro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e cinco minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os cinqüenta anos da Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima – PETROBRAS, nos termos do Requerimento nº 115/03 (Processo nº 2814/03), de autoria da Mesa Diretora, e à entrega do Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à PETROBRAS, nos termos do Projeto de Resolução n° 001/03 (Processo n° 0001/03), de autoria do Vereador Raul Carrion. Compuseram a MESA: o Vereador João Antonio Dib, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Hildo Francisco Henz, Diretor-Presidente da Refinaria Alberto Pasqualini - REFAP; o Senhor Édson Silva, Secretário Municipal de Captação de Recursos e Cooperação Internacional e representante do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Senhor Geraldo Lúcio Goes Cruz, representante da Fundação PETROBRAS de Seguridade Social - PETROS; o Coronel Pedro Alvarez, representante da Comissão Gaúcha em Defesa do Monopólio do Petróleo; o Senhor Dary Beck Filho, Presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo do Rio Grande do Sul – SINDIPETRO - RS; o Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; o Capitão de Fragata Carlos Alberto Vargas Martins, representante da Delegacia da Capitania dos Portos de Porto Alegre; a Tenente Luciana Müller Kaiser, representante do 5º Comando Aéreo Regional – COMAR; o Vereador Raul Carrion, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Raul Carrion, em nome da Bancada do PCdoB, relembrou palavras do General Horta Barbosa, em mil novecentos e quarenta e sete, a respeito do valor do petróleo e historiou a criação da Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima – PETROBRAS, formalizada através da Lei Federal nº 2.004/53. Também, citou manifestações populares sobre a luta pela preservação do monopólio nacional da exploração do petróleo, salientando a participação da União Nacional dos Estudantes – UNE – nesse processo. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Irmão Valério Menegat e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PPS, cumprimentou o Vereador Raul Carrion pela iniciativa da homenagem e discorreu sobre a história do Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza. Também, debateu a responsabilidade social da PETROBRAS com o País e mencionou programas da empresa  em  diversas áreas da  sociedade,  enfocando os projetos de cunho ambiental por ela desenvolvidos. O Vereador Luiz Braz, em nome da Bancada do PSDB, lembrou ocasião em que foi entregue à Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima – Petrobras - o Troféu Solidariedade, através de indicação da Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio. Também, discorreu sobre a instituição Pão dos Pobres, enfatizando o apoio que essa entidade recebe da PETROBRAS e enaltecendo o trabalho que vem sendo realizado pela parceria dessas entidades em benefício das crianças de rua de Porto Alegre. Após, o Coral das Crianças da Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio interpretou a música “Caminhada” e o Hino da Petrobras. Em continuidade, o Senhor Presidente concede a palavra ao Senhor Bartolomeu Cavalcante Caneva, representante da Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio, que agradeceu à Petrobras pelas ações em prol das crianças acolhidas pela Fundação Pão dos Pobres de Santo Antônio. Também, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Jerônimo Brandelero e Marcelo Fagiolo. A seguir, o Senhor Presidente convidou os Vereadores Raul Carrion e Clênia Maranhão a procederem à entrega do Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Petróleo Brasileiro Sociedade Anônima – PETROBRAS, na pessoa do Senhor Hildo Francisco Henz, concedendo a palavra a Sua Senhoria que, em nome da PETROBRAS, agradeceu o Prêmio recebido. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezesseis horas e trinta e seis minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador João Antonio Dib e secretariados pelo Vereador Raul Carrion, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Raul Carrion, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene, destinada a homenagear os 50 anos da Petrobras e para também outorgar o Prêmio de Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza à Petrobras. É uma homenagem justa e merecida. Compõem a Mesa o Sr. Hildo Francisco Henz, Diretor-Presidente da Refinaria Alberto Pasqualini e representante do Presidente da Petrobras; o Sr. Édson Silva, representante do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre e Secretário de Captação de Recursos e Cooperação Internacional de Porto Alegre; o Sr. Geraldo Lúcio Goes Cruz, representante da Fundação Petrobras de Seguridade Social - PETROS; o Cel. Pedro Alvarez, representante da Comissão Gaúcha em Defesa do Monopólio do Petróleo e ex-Vereador desta Casa; o Sr. Dary Beck Filho, Presidente da SINDPETRO - RS; o Cel. Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; o Capitão-de-Fragata Carlos Alberto Vargas Martins, representante da Delegacia da Capitania dos Portos de Porto Alegre; a Tenente Luciana Müller Kaiser, representante do 5º COMAR.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Raul Carrion juntamente com a Ver.ª Clênia Maranhão são os proponentes desta outorga do Prêmio e desta Sessão Solene.

O Ver. Raul Carrion está com a palavra, em nome do PCdoB.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, João Antonio Dib. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Vereadores aqui presentes, companheira Ver.ª Clênia Maranhão, que juntamente comigo concedeu o Prêmio Herbert de Souza à Petrobras, demais pessoas que prestigiam esta solenidade, lideranças sindicais, lideranças políticas, Presidente do PCdoB Municipal, Estadual, Presidente do PCB e todos os demais que nos honram com sua presença. Em nome do Partido Comunista do Brasil, quero iniciar o meu pronunciamento em homenagem aos 50 anos da Lei que instituiu o monopólio estatal do petróleo e criou a Petrobras -  relembrando as palavras ditas em 1947, pelo Gen. Horta Barbosa: “Petróleo não é ferro. Petróleo é energia que tem que ser vendida pelo preço mais barato possível, a fim de facilitar a produção de todas as demais riquezas. Petróleo é base da  economia e da defesa militar de um país”. Por isso, falar da Petrobras é falar de soberania nacional, de independência econômica e de futuro.

Até o final dos anos 30, os trustes internacionais não demonstraram qualquer interesse pelo petróleo brasileiro, pois dispunham de reservas suficientes em outras áreas do mundo. Convinha manter o Brasil dependente e consumidor dos produtos petrolíferos das “Sete Irmãs”.

O Departamento Nacional de Produção Mineral era comandado por dois estrangeiros, Mr. Oppenheim e Mr. Malamphy, que boicotavam toda e qualquer tentativa de encontrar petróleo e difundiam a falácia de que o Brasil não o possuía.

A descoberta de petróleo em Lobato, em 39, forçou uma mudança no discurso - o Brasil até podia ter petróleo, mas não dispunha nem de capitais, nem de tecnologia para explorá-lo, necessitando de capitais externos.

Assim, trataram de tirar da Constituição de 1946 o dispositivo que proibia a exploração do nosso petróleo por estrangeiros. E o conseguiram. Mas também era preciso revogar a legislação em vigor que mantinha essa proibição.

Coube, então, ao reacionário Governo do Marechal Dutra elaborar o Estatuto do Petróleo, redigido por uma comissão da qual participavam dois funcionários da Standard Oil, Herbert Hoover Jr. e Arthur Curtice, que ditaram os termos entreguistas do referido projeto.

Mas nem tudo saiu como o planejado. A alma nacional rebelou-se. A juventude, através da UNE, lançou-se às ruas com o lema “O Petróleo é Nosso”. Em pouco tempo, a campanha empolgou todo o Brasil, de norte a sul. Os militares patriotas, entrincheirados no Clube Militar, ergueram suas vozes em defesa da Nação ameaçada. Os trabalhadores mobilizaram-se. Parlamentares e intelectuais nacionalistas conclamaram a Nação a resistir.

Em 4 de abril de 1948, formou-se no Rio de Janeiro o Centro Nacional de Estudos e Defesa do Petróleo, coração da resistência. Seu primeiro ato público, em 7 de abril, foi duramente reprimido, com dois feridos à bala, três presos e inúmeros espancados.

No Rio Grande do Sul, o primeiro comício realizou-se em 15 de maio de 1948. Em 1.º de junho, foram criados o Centro e a Comissão Estadual de Defesa do Petróleo.

Em outubro de 1948, ocorreu a 1.ª Convenção Nacional em Defesa do Petróleo. Uma manifestação dos congressistas, na Praça Floriano, foi violentamente reprimida.

Em setembro de 1949, a Polícia metralhou o comício em Santos em defesa do Monopólio Estatal do Petróleo. Crivado de balas, foi morto o portuário Deoclécio Santana. Outros dois líderes, Aldo Ripassarti e Henrique Moura, foram condenados a cinco anos de prisão pelo “crime” de terem assinado a convocatória do comício.

O Governo tentou sufocar, a ferro e fogo, o movimento. Mas esse crescia cada vez mais, unindo nacionalistas, comunistas e militares patriotas, conquistando a alma nacional.

O Estatuto do Petróleo acabou inviabilizado pela mobilização popular e pelas eleições de 1950. O povo vencera a primeira batalha.

No início de 1951, o Departamento Federal de Segurança Pública tentou suspender, por seis meses, o Centro Nacional. Em Minas, Juscelino Kubitschek fechou o “Centro” mineiro. No Rio de Janeiro, a 2.ª Convenção Nacional foi violentamente reprimida, mas nada deteve a campanha “O Petróleo é Nosso”.

Em dezembro de 1951, Vargas enviou ao Congresso Nacional mensagem propondo a criação da Petrobras. A justificativa era de conteúdo nacionalista, mas o Projeto permitia às empresas estrangeiras, sediadas no Brasil, participarem como acionistas, o que abria caminho para os trustes internacionais.

A luta se intensificou. O Centro Nacional rejeitou o Projeto apresentado pelo Governo.

A 25 de janeiro de 1952, o Deputado Euzébio Rocha Filho, do PTB, com o apoio de outros 26 Deputados e do Centro Nacional, apresentou Substitutivo instituindo o Monopólio Estatal do Petróleo e seus Derivados.

Em 03 de outubro de 1953, depois de ampla mobilização, foi sancionada a Lei n.º 2.004, que instituiu o Monopólio Estatal do Petróleo e criou a Petrobras. Desde então nunca cessaram as tentativas das multinacionais petrolíferas no sentido de inviabilizar a Petrobras e acabar com o Monopólio Estatal do Petróleo.

Durante o regime militar, Geisel, desrespeitando a Constituição, autorizou os “contratos de risco” e entregou 86% das áreas sedimentares do País à pesquisa internacional.

Nesse mesmo período, um decreto ilegal deu poderes ao governo de interferir nos preços dos combustíveis, sem garantir a necessária remuneração da Petrobras. Inaugurou-se um período de “preços políticos”, de subsídio à nafta e ao óleo combustível, em proveito da iniciativa privada. Foi um período de descapitalização da Petrobras e de comprometimento de seus investimentos a longo prazo.

Os sucessivos governos neoliberais enfraqueceram a Petrobras. Em 1995, o Governo Fernando Cardoso acabou com o Monopólio Estatal do Petróleo. Áreas já pesquisadas foram leiloadas e entregues a preço vil aos monopólios internacionais, com todas as informações disponíveis. Mas a Petrobras resistiu a tudo isso, tornando-se uma das maiores e mais respeitadas empresas do mundo, reconhecida por sua excelência tecnológica, tendo recebido duas vezes o principal prêmio concedido pela Off-Shore Technology Conference por seu know-how de produção em águas profundas. No mesmo período em que as reservas mundiais cresceram 9 vezes, a Petrobras aumentou 64 vezes as suas reservas, que hoje chegam a 11 bilhões de barris de petróleo. Com 50 mil funcionários e faturamento anual de quase 100 bilhões de reais, hoje, a Petrobras produz 1,6 milhões de barris/dia – mais do que 88% do consumo brasileiro – e refina 2 bilhões de barris/dia. Seus investimentos superam os 100 bilhões de dólares, mais do que tudo que as multinacionais aplicaram no nosso País até hoje. Só em impostos, taxas, royalties e contribuições sociais pagou, em 2002, 40 bilhões de reais, 8% de toda arrecadação do País.

Mas a Petrobras não é uma empresa vitoriosa somente nos campos econômico e tecnológico; também cumpre uma função social relevante, apoiando os mais variados projetos sociais, ambientais e culturais, pelo que esta Casa lhe concedeu, por unanimidade, o Prêmio Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza, proposto por mim, em conjunto com a Ver.ª Clênia Maranhão. E aqui estão os jovens do Pão dos Pobres e o Irmão Valério, que são alguns dos beneficiados pelo trabalho da Petrobras. Nesta hora de tantas esperanças do nosso povo, queremos que essa homenagem aos 50 anos da Petrobras, mais do que uma festa, seja uma reafirmação de nossa disposição de luta por um Brasil livre, soberano e mais justo, e que ecoe, de norte a sul, o nosso grito de guerra: a Petrobras, conquista e patrimônio do povo brasileiro, é intocável! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro as presenças do Ver. Luiz Braz, Ver. Elias Vidal, Ver. Wilton Araújo e Ver.ª Clênia Maranhão. E, com muita satisfação, registro também a presença do Irmão Valério Menegat.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra, em nome do PPS.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, autoridades já nominadas, eu queria saudar, de uma forma muito especial, as crianças do Pão dos Pobres, que nos homenageiam com as suas presenças. Senhoras e senhores, preliminarmente eu queria registrar os nossos cumprimentos pela iniciativa do Ver. Raul Carrion de promover esta homenagem, a qual realizamos em parceria a partir da sua iniciativa. Eu quero dizer que fizemos isso pela identidade que temos na luta pela defesa, pelo crescimento, pela permanência e pela esperança na construção de uma Petrobras cada vez mais forte, porque uma Petrobras mais forte é, seguramente, um País mais forte.

Eu queria lembrar às senhoras e aos senhores um pouco da história desse Prêmio: em 1997, a Câmara Municipal de Porto Alegre instituiu o Prêmio de Direitos Humanos e Cidadania Herbert de Souza, e, anteriormente, os prêmios de Direitos Humanos eram indicados a personalidades militantes da causa dos direitos; porém, acompanhando a evolução da sociedade brasileira, quando se começou a  aprimorar o conceito de responsabilidade social, da responsabilidade social coorporativa e da necessidade de parceria das empresas com o terceiro setor, a Câmara de Porto Alegre atualizou também as suas homenagens e começou a assumir publicamente o reconhecimento das empresas que se colocavam como co-responsáveis na luta brasileira pelo desenvolvimento, pela inclusão social, pela igualdade e pela construção coletiva de uma sociedade nacional. Isso se dá exatamente no momento em que se reflete, nesta Casa, o papel da Petrobras. E o Prêmio é designado para a Petrobras, e isso se dá não apenas pelo sucesso da Petrobras, pela sua eficiência nas suas unidades espalhadas por todo o Brasil, nas refinarias, nas áreas de exploração, de produção, de dutos, de terminais, das suas gerências regionais e da sua grande frota petroleira, mas se dá exatamente por essa outra faceta da Petrobras; pela história da Petrobras, que se confunde com a história do Brasil; pela história da Petrobras, que assume com radicalidade a questão do seu compromisso social, da sua responsabilidade social com o País e com os milhões de brasileiras e brasileiros excluídos. Hoje, a Petrobras garante a realização de mais de trezentos Projetos implantados com tecnologias inovadoras também na área social. Poderíamos falar muitas horas sobre as mudanças da vida das cidadãs e cidadãos, frutos desses Projetos. Eu queria citar apenas alguns desses conceitos da Petrobras, que não são apenas de caráter externo; ela trabalha na construção dos cidadãos trabalhadores da sua empresa, através do aprimoramento da sua visão corporativa, através da elaboração do seu código de condutas, através das ações de transparência e de visibilidade da sua metodologia de trabalho e de postura institucional. Eu queria, então, ressaltando isso, falar inclusive de alguns Projetos da Petrobras na área social, na área ambiental e na área exclusiva de defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, registrando o fato exatamente nesta semana, quando se comemora a Semana da Criança e do Adolescente. Eu acho que é importante lembrar que a Petrobras é uma companhia que tem, em sua trajetória, não apenas premiações nacionais, mas inúmeros recordes de reconhecimento internacional. É importante destacarmos alguns desses prêmios, algumas dessas atuações, inclusive no nosso Estado, como a parceria que estabelece com a Fundação Pão dos Pobres, aqui representada pelo Irmão Valério e por tantos jovens que nos espelham na esperança da construção de um Brasil mais justo. Mas eu acho que é importante falar de umas outras experiências desenvolvidas pela Petrobras em outros Estados, porque esta postura de inclusão e de responsabilidade social, em parceria com o terceiro setor, se dá em todos os Estados brasileiros; é uma concepção para todo o País. E destaco, então, a parceria da Petrobras com experiências da área cultural, e registro a experiência de Lajeado, de Soledade e de um dos sítios arqueológicos mais antigos e importantes do País, o que acontece exatamente nessa região ainda tão pouco conhecida, um projeto com a criação de um  centro de atividades que dá condições à população de produzir trabalhos artísticos com os produtos locais.

É importante também registrar a comunidade do complexo de Marés, no Rio de Janeiro, a anterior no Rio Grande do Norte, onde cerca de 6 mil pessoas são beneficiadas pelas atividades, pelas oficinas culturais, educacionais, esportivas. E, talvez, uma da mais conhecidas é a Onda Azul. Talvez nem todos saibam que a parceria com a ONG Onda Azul, que trabalha com reciclagem no Estado da Bahia, tem o suporte da Petrobras.

A Petrobras também trabalha nas expressões culturais clássicas, típicas, que representam a imagem do Brasil na dança e no teatro, como acontece, por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro.

Eu poderia falar dos Projetos da Baleia Jubarte; poderia falar um pouco  mais dos Projetos da Mata Atlântica. Hoje, quando a questão da biodiversidade brasileira se percebe nitidamente como uma das riquezas fundamentais deste País, lá está a  Petrobras por trás das inúmeras iniciativas de restauração da Mata Atlântica.

Outra  questão de recuperação, que é a questão da  flora e da fauna, também na fauna é fundamental o trabalho do Projeto Tamar.

Às vezes, quando vejo as camisetas em vários aeroportos brasileiros, fico pensando como seria bom se todos os brasileiros pudessem viver uma emoção que particularmente vivi, acompanhando o nascimento das tartarugas do Projeto Tamar, no Estado do Espírito Santo.

Eu não queria deixar de falar de um projeto do meu Estado de origem, Paraíba, que é o Projeto Peixe-Boi, que ainda existe, e existe graças também à Petrobras, num pequeno e escondido Município de Mamanguape, no interior da Paraíba.

Por último, acho que um dos projetos mais emocionantes que, talvez, só ele, Sr. Presidente, merecesse  que esta Casa desse o Prêmio Herbert de Souza para a Petrobras; é que a Petrobras se colocou na luta em defesa de uma das questões mais difíceis de ser enfrentadas, que é uma mancha na democracia e na luta pelos direitos humanos no Brasil, que é a luta contra a prostituição infantil. Aí também está a Petrobras, e eu penso que, quando o Congresso Brasileiro cria, hoje, uma CMPI específica para tratar da questão da prostituição infantil, é um sintoma de que este País precisa, evidentemente, olhar os direitos das crianças, o direito a sua sexualidade, ao lado de todos os direitos, como o de viver, de morar , de ter afeto, de ter cuidados e de ter uma infância com confiança nos adultos.

Mas eu sei que meu tempo já terminou, é difícil sintetizar em tão pouco tempo os méritos da Petrobras. Eu só queria concluir lembrando uma frase que está na página oficial da Petrobras, frase que eu li quando fui preparar esta intervenção referente ao Prêmio Herbert de Souza. Na página da Petrobras está, exatamente, uma frase de Herbert de Souza, o Betinho. O Betinho dizia que “o mundo está dividido entre os que aceitam a pobreza e a miséria, criando o apartheid social e sendo omissos e aqueles que não aceitam essa realidade.” A Petrobras não aceita. E nós a homenageamos, por unanimidade, também por isso. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib):  O Ver. Luiz Braz está com a palavra, em nome do PSDB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Primeiramente, os nossos cumprimentos ao Ver. Raul Carrion por ter tido essa iniciativa de propiciar a esta Casa do Povo de  Porto Alegre esta homenagem aos 50 anos da Petrobras.

Realmente, para nós que representamos a sociedade porto-alegrense  é motivo de júbilo saber que todos nós, de alguma forma, somos donos de uma das maiores empresas do mundo em extração e refino de petróleo. Há bem pouco tempo, chamamos a Petrobras aqui neste plenário - e o plenário estava repleto, estava em festa, estava bonito -, e não foi porque nós aqui da Câmara Municipal, ou, de repente, o Gabinete do Ver. Luiz Braz quisesse fazer um convite para que a Petrobras viesse até aqui para receber uma homenagem. Foi alguma coisa maior ainda, Ver. Raul Carrion, se é possível alguma coisa maior do que a representação da Câmara quando quer prestar uma homenagem.

Nós estivemos reunidos, assim como fazemos todos os anos, há cerca  de cinco anos, com todas as entidades que prestam benemerência em nosso Município e na Grande Porto Alegre, e entre essas entidades estava lá presente o Pão dos Pobres; lembro-me muito bem que foi através do Pão dos Pobres, numa reunião em que estavam presentes todas essas entidades, que foi indicado o nome da Petrobras para vir aqui até esta Casa receber o Troféu Solidariedade.

O Troféu Solidariedade é dado mercê dos votos de todas essas entidades que prestam benemerência, fruto da indicação de uma dessas entidades, com a votação de todo o fórum para que o Troféu possa ser entregue.

Lembro-me que houve uma aquiescência geral de todas as entidades que estavam presentes no mês de julho, no plenário da Câmara Municipal, para escolher uma entidade que realmente se destacasse no campo da solidariedade. O Pão dos Pobres fez porque o Pão dos Pobres tinha, realmente, recebido a mão amiga da Petrobras.

Através da Petrobras, e quem visitou o Pão dos Pobres há algum tempo e visita agora, sabe muito bem as modificações que o Pão dos Pobres tem sofrido nos últimos 2 ou talvez 3 anos. O Irmão Valério talvez precise bem melhor do que eu esse tempo, mas realmente as modificações foram muitas. Eu me lembro de que a fiação elétrica tinha problemas; eu me lembro de que as instalações da oficina tinham problemas; eu me lembro de que o pátio não era tão bonito como é agora; as instalações, no geral, não eram tão receptivas como elas são no momento. E boa parte disso deveu-se exatamente à ajuda de uma empresa que, na verdade, não é  especializada em ajudar entidades que prestam benemerência. A atividade da Petrobras é exatamente outra: ela atua na exploração de petróleo, no refino de petróleo, ela atua em determinados projetos nacionais, alguns deles ou muitos deles, ou todos eles citados pela Ver.ª Clênia Maranhão e pelo Ver. Raul Carrion. E eu tenho aqui uma relação completa: Programa da Criança de Lajeado, de Soledade, Escola Esperança, Oficina de Artesãos de Balsa Nova, Projeto Tamar, Baleia Jubarte, Projeto Mata Atlântica e tantos outros projetos onde atua e que tem, realmente, por isso mesmo, essa projeção nacional em termos não apenas do trabalho que faz para ser a maior empresa de extração e refino de petróleo, mas também para ser esta empresa vigorosa quando vai estender as mãos para que um projeto como esse, ou para que a sociedade no geral possa, de alguma forma, ser melhor.

Mas o Troféu Solidariedade não levou em consideração exatamente esse trabalho realizado pela Petrobras com todos esses projetos. O que aquelas pessoas que votaram naquele dia, naquela tarde de julho, aqui na Câmara Municipal, viram foi exatamente o trabalho que a Petrobras fez para beneficiar uma entidade que presta realmente um serviço que é reconhecido por todos, aqui nesta região, que é o Pão dos Pobres. Foram alguns mil reais que foram repassados para o Pão dos Pobres e que os colocou em condições de dar atendimento a todas aquelas crianças que vão até lá para receber a mão amiga do Irmão Valério Menegat e de toda a sua equipe, para que, realmente, nós não tenhamos tantas crianças como nós temos, hoje, nas ruas, tantas crianças sem rumo. É exatamente por causa desse trabalho realizado pelo Pão dos Pobres,  por pessoas assim, por instituições como a Petrobras, que sabem entender esse trabalho, que hoje tantas crianças não estão nas ruas da nossa Cidade. Eu soube, não faz muito tempo que se anunciou, que o número de crianças abandonadas nas ruas de Porto Alegre havia triplicado, e nós sabemos muito bem o que isso significa para a sociedade. E quando uma instituição - como é o caso do Pão dos Pobres, como é o caso da Petrobras - estende a mão para que menos crianças possam estar engrossando essa grande quantidade de crianças que hoje percorrem as ruas da Cidade sem ter nenhum amparo, realmente, nós só podemos homenagear essa empresa, porque além de todo o trabalho, de toda a sua capacitação profissional, além de realizar, de atingir os seus objetivos naquilo que realmente pretende fazer - que é extração e refino de petróleo -, ainda é capaz de fazer com que tantas pessoas possam ter felicidade em todo o nosso País, e, principalmente, aqui em Porto Alegre.

Então, cumprimentos à Petrobras, os cumprimentos do PSDB, os cumprimentos do meu gabinete, os cumprimentos das entidades que prestam beneficência aqui em nossa Porto Alegre. Muito obrigado a vocês da Petrobras. Parabéns pelos 50 anos, e que vivam mais 50 anos para prestar mais ajuda. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Neste momento, nós convidamos o Coral das Crianças do Pão dos Pobres para interpretar as canções “Caminhada” e o Hino da Petrobras. É uma homenagem que o Pão dos Pobres presta à Petrobras, e que merece a atenção da Capital porto-alegrense. Na época em que eu fui Prefeito, a Petrobras refez, para a Prefeitura, no Hospital de Pronto Socorro, quase todo o Setor de Queimados; e, agora, eu fiquei sabendo que está-se tentando um Banco de Pele- o que é uma coisa extraordinária para uma cidade como Porto Alegre. Portanto, é a Petrobras trabalhando também para os porto-alegrenses. Ouviremos a seguir a música intitulada “Caminhada” e o “Hino da Petrobras”, executados pelo Coral das Crianças do Pão dos Pobres.

 

O SR. MARCELO FAGIOLO: Amigos da Mesa, é importante para nós, do Pão dos Pobres - as crianças, o Irmão Valério - ressaltarmos que a primeira música que vamos apresentar é um projeto, é uma música nova, chama-se “Caminhada” e foi feita há três dias para o Rio Grande do Sul. E a segunda música que vamos apresentar também foi feita em três dias em homenagem à Petrobras do Brasil. Esse é o talento e o valor do Pão dos Pobres.

 

(Assiste-se à apresentação do Coral.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agora o Bartolomeu, menino do Pão dos Pobres, vai fazer uso da palavra.

 

O MENINO BARTOLOMEU CAVALCANTE CANEVA: Senhores e senhoras, gostaria de ser um homem grande e poder falar como fazem os senhores aqui. Sou pequenino, mas também sei falar, a meu modo, sobre quase tudo. Hoje não só eu, mas também os meus 170 irmãos lá da casa, do Pão dos Pobres, queremos agradecer do fundo dos nossos corações as pessoas muito queridas e especiais.

Nossa casa está velha: goteiras, frio que entra por inúmeras janelas, banheiros antigos e gelados, paredes rachadas, enfim, nossa casa é uma senhora com mais de 80 anos, e muito doente, precisando de tratamento médico urgente. Mas, de repente, como se já fosse Natal, Jesus Cristo nos enviou um plano de saúde chamado Petrobras. Agora temos certeza absoluta de que, em breve, teremos nossa casa de volta, como era antes, e também  teremos de volta os nossos 140 irmãos que estão afastados temporariamente.

Obrigado Presidente José Eduardo Dutra, obrigado Dr. Wilson Santarosa, obrigado Presidente Hildo Henz, obrigado a toda família Petrobras. Nós amamos vocês e os teremos eternamente em nossos corações.

Petrobras, você é demais. Com carinho, Bartolomeu e todos os internos do Pão dos Pobres. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): É realmente comovente assistir ao Bartolomeu falando na tribuna da Casa do Povo de Porto Alegre, da forma como ele falou. Só vou fazer um reparo ao Bartolomeu e a cada um de vocês, meninos e meninas do Pão dos Pobres: não tem de ser um homem grande, tem de ser um grande homem. E o Bartolomeu sabe que não deve ter preocupação com o tamanho; às vezes, os pequeninos - como Getúlio Vargas, por exemplo - são figuras extraordinárias que marcam a história.

Continua o espetáculo feito por esses meninos e meninas do Coral das Crianças do Pão dos Pobres com o Hino da Petrobras.

(Assiste-se à apresentação.) (Palmas.)

 

Nossos cumprimentos ao Irmão Jerônimo Brandelero; ao Sr. Marcelo Fagiolo; ao Irmão Valério Menegat; ao Bartolomeu e a cada um de vocês que ajudaram a fazer essas duas músicas tão bonitas e tão bem cantadas. E as duas foram feitas em tão pouco tempo - devem ter sido feitas a partir da alma e do coração de cada um. O Pão dos Pobres também faz coisas extraordinárias.

Dando seqüência à nossa Sessão Solene, nós convidamos o Ver. Raul Carrion e a Ver.ª Clênia Maranhão a procederem à entrega do Prêmio Cidadania e Diretos Humanos Herbert de Souza à Petrobras.

 

(Procede-se à entrega do Prêmio.) (Palmas.)

 

As crianças do Pão dos Pobres e seus professores fizeram um hino à Petrobras com o seguinte texto: (Lê.) “Faça parte dessa história / Canta, povo varonil. / O petróleo é brasileiro / Força, companheiro / Avança, Brasil. / Meu País é raça / E não há quem possa / com o petróleo do Brasil / E não há quem possa / com o petróleo do Brasil / E não há quem possa / com o petróleo do Brasil. / Avança, Brasil /  Petrobras.”

Música e letra dos meninos do Pão dos Pobres. (Palmas.)

O Sr. Hildo Francisco Henz, Diretor-Presidente da Refinaria Alberto Pasqualini e representante do Presidente da Petrobras, está com a palavra.

 

O SR. HILDO FRANCISCO HENZ: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Boa-tarde. Inicialmente, gostaria de agradecer e falar da enorme satisfação de vir aqui, em nome do Presidente José Eduardo Dutra, representá-lo nesta cerimônia de homenagem aos 50 anos da Petrobras e da outorga do Prêmio da Cidadania e Direitos Humanos Herbert de Souza. Desejo agradecer aos Vereadores Raul Carrion e Clênia Maranhão por esse reconhecimento, e à Câmara de Vereadores de Porto Alegre por esta homenagem.

É a segunda vez que aqui vimos em menos de um mês, o Irmão Valério e toda a Comissão de Solidariedade aqui da Câmara que nos homenageou, há três semanas, com o Prêmio de Solidariedade. A minha saudação aos meus colegas da Petrobras, aos colegas da Empresa TRANSPETRO, o Geraldo, e outros que aqui estão.

Eu inicio fazendo um reconhecimento a todos os pioneiros da Petrobras, pois,  há 50 anos, seria inimaginável uma indústria de petróleo, uma empresa de petróleo no Brasil, e a Petrobras foi avançando ao longo desses 50 anos.

Eu gostaria de falar um pouquinho do que foi a caminhada ao longo desses 50 anos. Na semana passada, em toda a Petrobras, nós fizemos uma homenagem a todos esses pioneiros, dos quais hoje somos os seguidores; alguns que aqui estão são nossos aposentados, também fazendo parte dessa trajetória, dessa caminhada que nós, com muito orgulho, vamos dando continuidade.

Lá, no início de 1950, 1953, quando a Petrobras foi criada, eram só dificuldades, mas havia um sonho muito forte - o sonho de um dia ter uma indústria de petróleo forte e vigorosa aqui neste País. Naquela época, não tínhamos conhecimento, não tínhamos tecnologia, não tínhamos indústria de bens de capitais, não tínhamos nada, mas esse sonho foi alimentado e, desde o início, eu penso que Petrobras deixou a sua marca: que é a da busca da capacitação e do conhecimento. Então, naquele primeiro momento, houve um grande investimento em formação de pessoas para poder lidar com o assunto - petróleo - que, naquela época, começava.

Os anos 50 foram anos de preparação e foram também os anos em que as primeiras coisas começaram a ser feitas, já existia a RELAN. Depois, também nessa época, começou a Refinaria de Cubatão - aquele momento era de  conhecimento e dos primeiros investimentos em desenvolvimento de produção.

Nos anos 60, esse esforço continuou na produção de petróleo, continuou na área de refinação, e eu penso que, em 1966, houve um fato marcante que foi a criação do Centro de Pesquisas da Petrobras, marcando uma outra era - a do desenvolvimento de conhecimento, aqui no Brasil, para as  coisas que estavam sendo buscadas.

Em 1966, criou-se o Centro de Pesquisas da Petrobras e aí também começou toda a história do desenvolvimento da tecnologia.

O ano de 1970 foi o ano do milagre, foi o grande ano do refino, foi quando, a cada dois anos, construía-se uma refinaria nova no Brasil, uma refinaria de 200 mil barris por dia. Então, nessa época a nossa refinaria aqui do Rio Grande do Sul já existia, ela foi inaugurada em 1968, mas essa foi a época em que começou a ser ampliada e várias outras refinarias, então, foram criadas. Foi, também, nessa época que se criou o movimento de pesquisa de petróleo no mar. Nos anos 70 isso começou, mais precisamente no ano de 74, e a partir daí uma grande ênfase foi dada  a essa área.

Nos anos 80 veio, então, o florescimento desse trabalho iniciado nos anos 70 com a pesquisa no mar. Começou a produção de petróleo em águas rasas, inicialmente, depois aumentando, gradativamente, na  medida em que a tecnologia foi permitindo a expansão  dessa fronteira. Quando a gente pensa que no início dos anos 80 a nossa produção de petróleo era de 50 mil barris por dia, e que  chegamos, há cerca de 20 anos, a 1 milhão e 600 mil, comprova-se o sucesso dessa caminhada que hoje tem sua  produção quase que toda concentrada no mar.

Ao longo dos anos 90 a Petrobras consolidou toda essa tecnologia de produção de óleo em águas profundas. Ela domina todo o ciclo tecnológico. Recebeu, pela primeira vez, o Prêmio da WTC. Mais tarde, já no ano 2000,  recebeu, pela segunda vez, o Prêmio de Excelência Tecnológica e Liderança Tecnológica em nível mundial.

Talvez muitas pessoas não saibam, mas a Petrobras conhece, hoje, todo o ciclo do petróleo - desde descobrir onde está o óleo, produzir esse óleo, refiná-lo e colocá-lo na mão do consumidor - é feito aqui. Então, quando a gente olha esse ciclo de 50 anos, isso tudo foi feito por brasileiros, essa Empresa é brasileira. Então, é um orgulho muito grande e eu tenho muita honra de estar, hoje, nesta Casa, recebendo o Prêmio, porque eu acho que é um exemplo de sucesso construído por brasileiros e mostra para todo mundo do que esse povo é capaz.

Eu fico, aqui, emocionado ao ver as crianças do Pão dos Pobres, em que a Petrobras está ajudando a reconstruir as suas casas, ajudando-os para um caminho melhor na vida, para uma educação boa, para uma orientação boa, para uma formação de cidadãos de primeira grandeza.

Então, eu acho que nessa história da Petrobras, quando vamos olhando as décadas - se pudermos dividir em décadas -, vamos olhando essa caminhada, eu diria que a Petrobras sempre teve a capacidade de ir-se transformando ao longo do tempo, ela foi virando os seus objetivos estratégicos ao longo do tempo. Ela sempre teve a capacidade de se reinventar e se recriar; ela sempre teve um compromisso com o social muito forte. Então, nos anos 80, o primeiro movimento de qualidade no Brasil foi criado pela Petrobras, que foi a qualificação de fornecedores para atender as suas próprias necessidades, substituindo aqueles bens e serviços, que eram todos importados, pela produção local. E isso foi muito bem sucedido. Nós estamos recriando esse movimento. Agora nos anos 2000, nós fizemos uma primeira experiência, aqui no Rio Grande do Sul, com a criação da Rede Petro, criada há três anos no Governo do Olívio Dutra, que agora foi levada para Brasília e que vai, certamente, expandir e  revigorar toda a indústria de bens e serviços para a indústria do petróleo. Essa é uma forma de ser social também, porque é uma forma que gera emprego, gera renda e gera oportunidades para os brasileiros trabalharem, produzirem em nível internacional, qualificando essas empresas, não só para fornecer para Petrobras - porque a Petrobras exige padrão internacional -, mas qualificando-as para fornecer para indústria do petróleo em qualquer lugar do mundo. Então, eu acho que é essa capacidade que a Petrobras tem de se reinventar, é o que faz dela uma empresa viva, uma empresa sempre presente, o que vai ajudá-la a ter vida muito longa. Então, nós também, na nossa história, nós não podemos deixar de dizer que a gente também comete erros. Cometemos erros ao longo da nosso a história, mas eu acho que uma empresa que quer aprender, tem de aceitar que erra também , tendo a capacidade de se reposicionar e aprender com isso, vindo mais forte, e é isso que nós estamos fazendo e fizemos. O século XXI, para nós, começou de uma forma chocante, porque nós tivemos alguns acidentes ecológicos de grande monta. Nós criamos um programa chamado Pegaso, que é um programa de excelência na área de segurança e meio ambiente, e estamos trabalhando nele. E eu diria, com toda certeza, para todos aqui presentes que nós, três anos depois da criação desse programa, somos totalmente diferentes do que éramos há três anos. Então, essa humildade de reconhecer quando temos problemas e mergulhar para dentro do nosso ser e virmos mais fortes, é isso que nos faz ter essa caminhada de sucesso. E eu acho que o grande desafio que fica para nós agora nesses anos 2000, apesar de tudo que temos feito na área social, na área ambiental, na área educacional, é nos reinventarmos de novo. E eu acho que é isso que nós estamos fazendo, a partir do início desse ano de 2003; o cenário no Brasil é outro, temos um novo Governo Federal, então, a Petrobras, de novo, está mergulhando para dentro de si e vai voltar muito mais revigorada e muito mais forte, com muito mais posicionamento social. A Petrobras quer deixar assim uma marca, não só como uma empresa produtora de petróleo, mas como uma empresa que traz uma contribuição significativa para o País no seu desenvolvimento social e no desenvolvimento sustentável. Então, eu acho que esse desafio nós estamos assumindo de novo, estamos mergulhando para dentro de nós mesmos, e o resultado vocês todos verão. Então, para finalizar, eu queria mais uma vez, aqui, agradecer ao Irmão Valério e a todas as crianças do Pão dos Pobres, agradecer pelo hino em primeiro lugar, digamos assim, quem sabe, não precisa muito tempo não. Três dias é muito suficiente. Isso mostra que vocês são muito bons mesmo. Então, muito obrigado, é belíssimo o quadro e é belíssimo o hino. E gostaria também de dizer do orador Bartolomeu, que essas palavras aqui nós vamos levar com muito carinho, vamos colocá-las nas nossas publicações internas, porque sempre faz muito bem ver palavras tão fortes e tão bonitas. Então, a todos aqui presentes, à Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o nosso muito obrigado, em nome da Petrobras, e queremos continuar sempre à altura destas homenagens, fazendo sempre melhor e nos esforçando cada vez mais. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Estamos nos encaminhando para o término desta Sessão Solene que homenageou os 50 anos da Petrobras. E, como disseram os meninos do Pão dos Pobres, “Avança Petrobras”. Também, em nome da Casa do Povo de Porto Alegre, reitero os cumprimentos já apresentados pelos oradores que ocuparam a tribuna, e formulo votos no sentido de que a Petrobras continue servindo, como vem servindo até agora, ao País, mas também a Porto Alegre, por meio da Refinaria Alberto Pasqualini. Mas eu gostaria de deixar claro que é muito mais importante servir que ser servido, por isso que a Petrobras, hoje, está sendo homenageada, ela serve ao País. Eu agradeço a presença do Dr. Hildo Francisco Henz, Diretor-Presidente da Refinaria Alberto Pasqualini, que representa neste ato o Presidente da Petrobras; do Sr. Edson Silva, que teve de nos deixar, porque foi solicitada a sua presença na Prefeitura, uma vez que é Secretário de Captação de Recursos e Cooperação Internacional da Prefeitura, e, neste ato, representante do Prefeito Municipal; do Sr. Geraldo Lúcio Goes Cruz, representante da Fundação Petrobras de Seguridade Social; do Coronel Pedro Alvarez, representante da Comissão Gaúcha em Defesa do Monopólio do Petróleo; do Dary Beck Filho, Presidente da SINDPETROSUL; do Coronel Irani Siqueira, representante do Comando Militar do Sul; do Capitão-de-Fragata Carlos Alberto Vargas Martins, representante da Delegacia da Capitania dos Portos de Porto Alegre; da Tenente Luciana Müller Kaiser, representante do 5.º COMAR; do querido Irmão Valério, do Irmão Jerônimo, do Prof. Marcelo Fagiolo, do grande orador Bartolomeu, que espero que seja um grande orador, como disse, não um orador grande; continue assim, que vai muito bem.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Mais uma vez, agradecemos pela presença de todos e damos por encerrada a presente Sessão Solene. Saúde e paz!

(Encerra-se a Sessão às 16h36min.)

 

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